18 de nov. de 2013

Capítulo 9

No dia seguinte...

T - Nossa, Zac, já está acordado? Tá disposto pra aula hoje, hein... isso tem nome : MULHER BONITA NA SALA.
Z - Taylor. Não seja besta. Num tem mulher nenhuma. Tô realmente com vontade de levar esse curso a sério. Fotografia é uma paixão, e agora que eu tenho a oportunidade de fazer algo que eu realmente quero, me dedicarei ao máximo! Maaaas, já que você falou de mulher, tem uma me...
T - HAHAHA, SABIA! Vai, fala, zé! Quem é a escolhida?
Z - VELHO, como você viaja, Taylor! Pelamor! Como eu ia dizendo, tem uma menina na minha sala que tá fazendo dupla comigo, ela é brasileira, e ela tem uma amiga que é paradinha na sua!
T - E de onde ela me conhece? - Taylor olhou pra ele com aquele olhar que já o denunciava : o loiro estava tendo dificuldade de botar os neurônios pra funcionar.
Z - Dãr, meio óbvio não? Te conhece de SAVE ME!
T - Ah tá, então a menina é nossa fã?
Z - Fããã fã, num é. Ela apenas conhece SAVE ME, e acha você bonito. Aposto que ela não sabe mais nada de tão profundo além disso, e nem por toda a merda pela qual passamos.
T - Mas... e ela... é bonita?
Z - HAHAHA, agora é minha vez: SABIA! Tava demorando pra você me fazer essa pergunta. Sim, a Cecília é uma garota super bonita... ela faz bem teu tipo, sabe...
T - Cecília... sempre gostei desse nome... acho que gostaria de conhecê-la.
Z - Acha? Eu tenho CERTEZA! HAHAHA, pode deixar, eu vou arranjar pra você conhecê-la. Ela é meio doidinha, e gosta de falar pelos cotovelos... é Taylor, definitivamente, a Cecília é seu número!
T - Meu número... ? O que isso quer dizer?
Zac revirou os olhos.
Z - Nada Taylor, nada... a Cecília combina com você. Bom, deixa eu ir, senão me atraso. Mais tarde tou de volta, pra gente ir pro estúdio.

Taylor ficou na cozinha, tentando imaginar como era a Cecília. Que tamanho ela tinha, do que gostava de comer, o que fazia nas horas vagas... o mais engraçado era que, quando Taylor pensava no nome dela, a língua parecia adormecer. “Cecília” - ele experimentou falar em voz alta. O som do nome dela era agradável a seus ouvidos. Foi o suficiente pra deixá-lo ainda mais curioso.

E então pensou em Rachel, sua (ex?) namorada que tinha ficado em Tulsa. Ela não tinha o procurado desde o dia em que ele a comunicou de que  iria precisar se mudar pra Seattle temporariamente. Ele também não tinha mais a procurado. No começo pensou que talvez ela só precisasse de uns dias pra digerir tudo e ela iria ligar pra ele. Agora, passados quase dois meses, ele viu que isso não iria acontecer. De repente, sentiu uma vontade de ir até a faculdade de Zac. “Calmaê, Taylor! Se segura no foguete, rapaiz! Num pode ouvir falar de mulher que fica todo animado! Zac tem razão : eu preciso mudar isso, viu...” - Taylor riu sozinho. Tomou seu café, foi tomar um banho, e decidiu ir passear lá pelos outros lados do Lake Washington. Chamou um táxi e foi até o aeroporto, onde alugou um carro (já que o carro que tinham alugado ficava com Zac pelas manhãs) e voltou para Seattle. Atravessou o Lake Washington de ferry boat, e chegou em Bainbridge Island. A paisagem era realmente magnífica e Taylor, embora não fosse profissional como Zac, pegou sua câmera e ia fotografando tudo o que achava interessante. Se encantou tanto com as paisagens que viu, e se empolgou tanto que foi parar em La Push, uma prainha que dava de cara no Oceano Pacífico, e ficava a aproximadamente  três horas de Seattle. Na volta, foi ainda mais a norte,  passando por Port Angeles, onde descobriu que se podia pegar outro ferry boat e ir para o Canadá. Desceu, e pegou o ferry de volta pra Seattle em Edmonds. Chegou em casa já eram 7 horas da noite, e Zac e Isaac o esperavam, aflitos.
Z - Taylor! Por onde você andou? Já estávamos ligando pra polícia!
I - Estávamos vírgula, o Zac estava ligando! Eu num ia ligar pra ninguém! Ainda mais se tivesse que ligar pro pai e pra mãe em Tulsa, dando a notícia ruim.
T - Mané notícia ruim, Ike! Que papo é esse? Nossa, sério mesmo que vocês já estavam considerando a hipótese de eu estar morto?
I - Ué, nunca se sabe. A gente não conhece Seattle. Tulsa é uma roça, aí a gente vem pra cidade grande. Eu num sei andar por aqui, imaginei que você também não soubesse. Mas acho que me enganei. Por onde você andou, afinal?
T - Certamente você estava com razão, mas também um pouco enganado, Ike. Eu realmente não sei andar em Seattle, mas quem tem GPS tem tudo na vida, então eu fui indo, indo, indo... conheci todo o lado de lá do Lake Washington e ZAC, man, você tinha razão, não haveria lugar melhor para você fazer este curso. Tirei algumas fotos pra você ver. - Taylor pegou sua câmera e começou a mostrar para Zac, que foi ficando cada vez mais empolgado. Isaac apenas olhava os irmãos.
Resolveu ir para seu quarto, onde poderia botar as ideias no lugar. O fato é que ele estava se sentindo um inútil ali, sem nada para fazer. Sim, os planos deles eram de ir trabalhando de Seattle mesmo, mas Zac estava dando tanta atenção ao curso, e Taylor agora parecia que estava embarcando na onda dele, e eles estavam em estúdio cada vez menos tempo. E na verdade total das coisas, ele estava se sentindo meio sozinho.

Zac e Taylor o chamaram para ir jantar, mas ele não quis, preferiu ficar em casa. Preparou um sanduíche, comeu e foi dormir, com toda a solidão na cabeça... e no coração.

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